terça-feira, 20 de agosto de 2013

Essaouira




Pra começar, dê um play na trilha sonora local, Gnawa!



Esse é o som do grupo #Mogador, que tocou no Café das Artes, em Essaouira.



Essaouira, ça irá!

Esse é o slogan da cidade aqui no Marrocos.






Suco de laranja no porto
Como os portugueses passaram por lá também no início do século XVI, construindo um porto, a cidade ganhou um segundo nome, Mogador.

Um pedaço das ruínas do forte

Fugir da cidade grande de Agadir no primeiro fim de semana foi fundamental, e entrar na atmosfera da Medina, sempre faz bem.

Ao contrário de Marrakech, a cidade é branca, cinza, e se colore com as roupas, sapatos, tintas, e tapetes nas vielas.
Essaouira, vista de cima.
Na Medina
Essaouira é também onde o vento faz a curva, literalmente.
É na beira do mar...
Apesar da latitude, a sensação térmica na cidade é bem baixa, então, leve seu casaco ou blusa e lã.

Mas o ventos também criam na cidade o ambiente perfeito para a prática de kitesurf, windsurf, e outros esportes náuticos que dependem do ar fluindo.

Mercado de peixe em frente ao porto, do lado de fora da Medina
La mer! Eu achei que ia tomar banho de mar, mas só tomei café Noss-Noss.


Uma coisa a aproveitar durante o dia, são as feiras! É o melhor momento para ver galinhas sendo transportadas, figos "da berberie" sendo descacados, ovos, frutas, verduras, hortelã (muito hortelã!), pães, doces, enfim, tudo o que se pode comer por aqui no Marrocos.

Um pedacinho da feira
Tem "restaurantes" onde você leva sua própria comida para ser cozida. Eles não tem os ingredientes, mas preparam para você. É um conceito interessante, meio anti-desperdício e facilita a não-gestão de estoque para os alimentos perecíveis.
Eu não vi, mas me contou Matteo e o Ric nos comentários ali embaixo.



Como em toda cidade, se você ficar no circuito turístico vai achar que todo mundo come bem, dorme bem, vende bem. Mas se caminhar um pouquinho mais para os arredores da Medina, encontra muita pobreza, em especial dos velhos, mendigando pelos portais de entrada e saída.
Casas abandonadas nos arredores da Medina

Roupas secando, nos arredores da Medina.

A Música

Voltando à Gnawa, a música é uma coisa realmente importante na cidade de Essaouira.
Nesta apresentação no Café des Arts, um marroquino estava explicando a relação do Gnawa com o transe. Talvez tenha muita coisa pra explorar aí com as nossas religiões e rituais afrobrasileiros. Na "Lila de Gnawa" cada tipo de música representa uma cor e um tipo de transe (e sem dúvida, deve ter gente que vai poder explicar isso muito melhor do que eu).

Tikarkawchin (nome em berbere). Tocam-se sempre em pares, e o som lembra o de um pandeiro
Fato é que no mês de junho a cidade sedia o Festival Gnaoua de Música do Mundo, que ocupa as ruas e tem a maior parte das atrações com acesso público e gratuito. Ano que vem é de 12 a 15 de junho. Quem se anima?
O famoso Café des Arts

Comida
Valia um post unificado, mas vamos lá!

Em Essaouira tomei minha primeira Harira, que virou meu prato padrão de entrada em qualquer restaurante aqui no Marrocos. É bom, barato, e quase sempre vegetariano.

A primeira Harira, a gente nunca esquece.
Se não, a outra pedida são os M'ssemen. Em Essaouira, provei a versão "pizza", recheada de legumes.
M'ssemen

O café com cardamomo, tradicional da cultura árabe.



Como chegar:
A linha de trem não passa por lá, então abrace à via terrestre (ônibus, carro ou bicicleta) ou marinha (caso seja o sortudo dono de alguma embarcação).

A CTM e ONCF te levam para lá.
De Agadir, o ônibus da CTM sai às 8h00 e às 12h00.
Para voltar, às 15h00 ou 18h00.

Como fui durante o Ramadan, todos os horários devem ser reconsiderados, e você deve estar preparado para lidar com dúvidas sobre o horário de partida, estação de embarque e desembargue, e mesmo cancelamento do seu trajeto.

ATENÇÃO - Se você possuir estômago sensível, prepare-se para o trajeto. As curvas são complicadas, e os motoristas dirigem à maneira deles. No entanto, aproveita para ver "as arganias" (árvore de argan), seus vendedores de beira de estrada, as cabras suicidas atravessando a rodovia sem olhar, dentre muito mais.

Comércio de beira de estrada. Adoro!


A cabra, logo depois de quase ser atropelada pelo carro da frente. Dessa vez, deu tempo.

Nesta viagem conheci algumas pessoas aqui de Agadir (que viraram companhia para viagens seguintes), um croata-suíço que viajar o mundo trabalhando de marceneiro/carpinteiro, e estava neste momento trabalhando para um projeto em Essaouira chamado "L'Ane Vert".


Onde se Hospedar
Por ter a Medina ainda intacta, a oferta de Riads é alta, e se estiver com o orçamento folgado, recomendo.
Procure pela página do TripAdvisor.

Eu me hospedei no Green Milk Hostel, que achei charmoso.
(Rue Ceuta 26, Essaouira)
O povo está numa reforma coletiva de um antigo Riad (há pessoas que trocam hospedagem por trabalho na obra por lá), e passei uma noite bastante agradável. Este esquema de trabalho chama-se "Help Exchange", e tenho conhecido uma porção de pessoas viajando o mundo desta maneira.
Há preço justo se toma café da manhã (15 dirhmans) e janta-se "pas mal" (25 dirhams).


MAIS INFORMAÇÕES
Página oficial de turismo - Essaouira, la belle ensorceleuse

Um comentário:

  1. Massa o relato Nat. Deu até saudade. Quando cheguei em Essaouira nem quis mais dar rolé e fiquei quase uma semana só aí. Aproveitei pra dar um role em Sidi Kauk (não lembro se é assim que escreve). Lembrei do rango, tava durão, aí descobri que rola c comprar peixe no mercado e pedir pra alguns lugares fritar pra vc baratinho... no meio do caminho vi o lugar que os mendigão tavam comendo!! Cara, muito peixe frito, muito pão, mas muito rango. Acho que comi duas bacias (grande!), uma de peixe e uma de pão!! Quase de grátis!
    Música Gnawa... quase um transe, muito bom!
    Um dia eu volto.
    bjão e bom role

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