terça-feira, 3 de março de 2009

Seguro de Vida

Fui ao Banco do Brasil hoje cancelar meu seguro de vida BB Mulher. Pagava R$13,89 por mês. Ótimo negócio a um ano atrás, quando eles davam 3 meses de seguro de saúde no exterior. Também achei bom o fato de pagarem minha passagem caso algum familiar morresse quando me meti nos confins de Tefé.
Mas já foi! Planejo ficar por terras brasileiras este ano, e os benefícios outros oferecidos para a mulher dona de casa, como telefones de eletricistas e encanadores por um 0800 não me convenceram. Tampouco a assistência a carros. Teria que ter um. Também oferecem hotel, local para guardar móveis, e chaveiro caso aconteça uma catástrofe em seu lar, como desmoronamento, incêndio, ou a colisão de um avião ou carro. Valeria a pena se estivesse ao lado de Congonhas ou em Santa Catarina.
Estava mais que convencida a cancelá-lo. Eis que o gerente do banco começa fazer cálculo. Se eu vivesse 100 anos na alíquota que pago atualmente, gastaria cerca de 12 mil reais. No dia que eu morresse, alguém (que não eu, claramente), ficaria com 35 mil. Minha mãe seria a beneficiária pelo atual plano. Sem ter filhos continuei decidida a cancelá-lo. Ele me diz que não tem filhos, e começou a pagar o seguro de vida aos 14 anos.
Na sequência, então, ele começa a me falar dos outros benefícios. Caso eu me torne uma pessoa inválida, por doença ou acidente, levaria a bolada de 65 mil reais. Continuo achando desnecessário, e então ele me conta a história de um amigo que sofre um acidente no fim de semana e está paraplégico. Nunca se sabe! Fico pensativa, refletindo sobre o quão difícil seria tornar-me uma pessoa inválida e sem dinheiro no bolso.
Para complementar, me lembra que tenho 35 mil reais para o caso de me diagnosticarem câncer. Penso num grande amigo que agora está em tratamento. Não sei como seria se fosse comigo e eu estivesse sem esse seguro. Hospital público?
Certa da lei de murphy, de que o fato de eu cancelar o seguro me levaria a uma tragédia pessoal nas próximas horas com danos irreversíveis, e que iria me arrepender de ter cancelado o seguro, resolvo arriscar. Depois que ele finaliza uma conversa no telefone com um amigo, sobre o curso de MBA que está fazendo, lhe comunico que estou decidida a cancelar. Ele diz que a mulher ao lado irá terminar o procedimento.

***
Sento na mesa ao lado e digo a moça com o olhar cansado que quero cancelar meu seguro.
-A senhora deve primeiramente fazer isso por telefone.
-Moça, eu estou aqui há mais de uma hora, será que eu posso usar seu telefone pra fazer isso?
Sento na mesa ao lado e pergunto o número.

***
Inicio a minha conversa agora com um homem que pode estar em qualquer lugar deste país atrás de um telefone e um computador. Ele pede meus dados, diz que irá gravar a ligação, me passa um número de protocolo e pergunta porque não quero mais o seguro. Conto outra vez a história. Aguardo um pouco. Ele pede para que eu siga com o procedimento pela internet ou numa agência do Banco do Brasil. Menos mal que ali estou.

Sento a mesa da moça loira. Ela começa a me dizer de que nunca se sabe quando se vai precisar de um seguro de vida. Pega um envelope plástico ao lado, com uma certidão de óbito. Era um jovem, de 26 anos. Contraiu câncer. Por sorte ele tinha um seguro. Se não, o pai teria que pagar mais de 10 mil reais para um advogado fazer inventário.
Pergunto:
- Mas nossa, ele tinha tantos bens assim?
- Um carro e ações.

Assino dois papéis, fico com um pouco de medo, e vou a próxima pergunta:
-E seguro de casa, quanto sai? Por roubo sim é um problema real em Barão Geraldo, e no qual talvez valha a pena investir.

2 comentários:

  1. Que novena hein? Liga não, são todos vampiros profissionais. Com os demônios do telemarketing (uma classe diversa de seres que parecem humanos, mas não são) ainda é pior: aparece na telinha do computador (o cara não precisa nem pensar, basta saber falar e parecer convincente) uma lista de desculpas e argumentos para tentar mudar a opinião da vítima. E mesmo que vc nunca tenha feito cadastro em nenhuma loja, a própria Receita Federal e as empresas que realizam concursos públicos vendem os dados cadastrais para quem quiser comprar. É uma máfia muito bem organizada, como diria Boris Casoy: é uma vergonha!

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  2. HUAHAUAHAUAHAU é rir pra não chorar. Passei pela mesma situação com um adicional dramático: Disse que não tinha mais interesse no seguro de vida pois vou mudar de banco e pretendo fechar a conta no meu atual. Ele me questionou o por quê e listei N motivos. Afirmei ainda que irei exonerar meu cargo como funcionária pública para ir viajar pra Irlanda. Ele ficou indignado e rebateu com outros N+M motivos para eu não fazer isso. Irei aconselhá-lo a estudar e passar no mesmo concurso que eu já que ele acha meu emprego tão bom assim hauahuahauahu

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