quarta-feira, 13 de março de 2013

Meu passado (que felizmente) me condena

Em agosto de 2006, meu último semestre de faculdade, vi um cartaz no corredor falando de uma vaga para estudante de biologia trabalhar como educador no Hopi Hari (seria no Laboratório Educativo).
Como na época estava procurando estágio, emprego, experiência, alguma coisa pra fazer, mandei meu currículo para a seleção.
O próximo passo, veio por e-mail.

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Para não plagiar e nem expor tanto a moça da seleção (que é xará da minha irmã), vou apenas narrar o caso.

Eu precisaria desenvolver uma oficina direcionada ao público visitante sobre "noções de alimentação equilibrada sem deixar de estabelecer relação com os produtos da empresa parceira".

No caso, a empresa parceira era aquela o cujo nome começa com S e termina com dia.

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Pensei, pensei. Mas com o sangue dos meus 21 anos respondi o seguinte:

"
Prezada XXX,
Avaliei o caso enviado para desenvolvimento, e isso fez com que eu desistisse do processo seletivo 
Trabalho com educação há algum tempo, incluindo espaços informais, e acredito que não irei me encaixar no perfil da vaga.
Adoraria falar sobre alimentação balanceada, mas para isso seria necessário desenvolver temáticas relacionadas a consumo de produtos orgânicos, de pequenos agricultores, preferencialmente da região em que você vive, e escolha preferencial por produtos da época.
Falar de alimentação balanceada através de alimentos produzidos em larga escala, sem ética no confinamento de seus animais, e sobretudo da homogeneização da alimentação em um país (e mundo) com hábitos alimentares e culturais tão diversos, seria trair princípios que divulgo e realizo todos os dias em cada refeição.
É o meu tendão de Aquiles.
Desde já agradeço pela atenção e pela oportunidade oferecida.
Sem mais,
Natalie Machado Rios

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Não é mero acaso 6 anos depois eu estar na Europa estudando em um mestrado chamado "Food Identity".

3 comentários:

  1. He he he, muito boa esta história Natie!

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    1. :)
      Quem é EcoSol Legal?
      Pois é, são de histórias que se fazem presentes e futuros!

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  2. Coerência no coração, mas na atitude também.
    Pode parecer meio bacaba, mas pra mim é parte da matéria essencial de se fazer pessoas. Porque a gente sabe que carrega um bocado de contradições, né? Mas tem um limite ali que grita, do que não dá pra topar sem deixar de ser nós mesmos. :)
    To adorando revisitar seu blog, Nat! É como estar mais perto de você. :)
    Tomara que a gente se reencontre logo!
    Beijas da
    Lu

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