Esta é a semana 3, e acabam de sair dos confins do armário da minha mãe dois objetos ainda em embalagens para presente. Ela nem se lembrava do que tinha dentro, só lembra que eram "as lembrancinhas" previstas para o Amigo Secreto da Onça no ano anterior.
(Parênteses 1, para dizer o quanto eu não gosto do termo lembrancinha. Em geral são objetos sem nenhum valor de uso ou emotivo, comprados apenas para entulhar a casa dos outros e por uma certa obrigatoriedade social em agradar às pessoas com quem se convive).
Pois bem. Os tais "presentes" são comprados com o intuito de serem inúteis a pessoa que vai receber. Não sei bem como é a logística: se tem sorteio de nomes e cada um ganha um presente, ou se o objeto fica lá embrulhado e conforme o sorteio dos nomes, cada participantes vai lá escolher um pacote aleatoriamente. De qualquer maneira, não vejo sentido em gastar dinheiro, gerar resíduos e um potencial lixo do objeto em si em uma brincadeira de fim de ano. Qual o custo ambiental e econômico disso?
Só encararia com bons olhos um "Amigo da Onça" em que os objetos na roda são peças ou roupas já usados, saídos da casa dos participantes. Mas forçar o consumo de produtos inúteis das tais lojas de presente, em que a maioria dos itens é produzido na China, não me parece boa ideia não.
(Parênteses 2: Loja de Presentes é outro conceito que nunca entendi. É uma loja de variedades, especializada em vender objetos com pouco valor de uso, peças caras, esses enfeites que só custam caro e dão trabalho para as terceirizadas domésticas em limpar quando vem a trabalho na casa das patroas).
Então, se você é agitador ou participante de eventos "amigos da Onça", repense isso.
Pense nos custos ambientais e econômicos dessa brincadeira, e aproveite para fazer circular objetos velhos que estavam parados na sua casa.
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| As "Lembrancinhas", vulgo muambas, compradas há um ano para o amigo da onça. |
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