Cidade grande é que ninguém gente.
A gente nunca vai conhecer a fundo.
A gente estabelece diferente tipos de relações. Conhece algumas facetas, não gostamos das outras.
Essa foi a sensação hoje ao visitar Milão.
E as pessoas me perguntam: você gostou? Não gostou? Do que gostou mais?
É um pouco a sensação de um primeiro encontro com uma pessoa. Se pareceu simpática, metida, largada ou bem arrumada, com ou sem dinheiro, careta ou"pra frentex", rebelde ou quadrada, convencional ou alternativa, tímida ou extrovertida, romântica, dramática, violenta, com segredos, histórias, viva!
Cada vez tenho mais dificuldade de me expressar sobre os locais que visito. Posso me sentir acolhida ou não, me identificar ou não. Assim como passa nos primeiros encontros com as pessoas. E com o tempo, a relação vai mudando, cria-se intimidade, rotinas. Começa a se ter clareza do que se gosta e não gosta, aprende-se a ceder, a saber a melhor hora de fazer uma coisa ou outra.
Eu gostei de Milão. Mas foi só um primeiro encontro, acho que não foi o melhor dia dela. Chovia e fazia frio. Creio que seja mais acolhedora em outras épocas, com outros humores. Hoje estava agitada com as promoções. Ela parece ser bem ligada a moda também, mostrava o tempo todo as vitrines de estilistas famosos.
Gosta de futebol, tem seu time do coração e facilita a vida dos turistas que querem chegar ao estádio pra ver de perto os jogadores correndo atrás de uma bola em um gramado verde.
Tem também algo de espiritual. A catedral Duomo, uma das maiores do mundo, podendo abrigar mais de 40 mil fiéis!
E te apresenta boa culinário local! Além das "Osterias" (antigo nome para restaurante em italiano), com os clássicos da culinária italiana, as padarias-docerias com seus cafés e capuccinos também nos deixam com água na boca.
Assim como qualquer pessoa, tenho muito a conhecer de Milão pra poder dizer mais sobre ela. Assim como uma pessoa, a cidade vai se mostrar pra você de acordo com suas escolhas e aquilo que você está disposto a buscar e oferecer.
A empatia e antipatia depende do que buscamos, de como julgamos, de como nos identificamos com uma pessoa ou um lugar. A primeira impressão é a que fica? Acho que nem sempre. Acho que sempre podemos nos surpreender.
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