Desde que cheguei em La Plata, meu objetivo era entender melhor os processos para produçao de alimento e como ter uma horta para me dar o que comer. Achei que seria fácil e logo aprenderia. Mas é claro que nao. Eu sigo na estrutura universitaria, e a prática quase sempre está nos livros ou nas pesquisas pontuais, que sao importantes mas nao serviam para mim. Eis que vejo um cartaz "Proyecto de Voluntariado Universitario - Huertas Comunitarias en Gran La Plata". Alguns e-mails sem resposta, mas enfim uma reuniao con a professora que coordena o projeto.
Chego e logo me diz que o projeto conta com pouca gente, e ela mesmo tem mais interesse em criaçao animal que na area horticola. Falo que tenho interesse em conhecer o projeto e começar a participar. Com o tempo percebi que eu estava mais interessada que ela, e a falta de atividades e cronograma me fez distanciar do projeto (que há poucas semanas retornou, mas meu fim de semestre me impede de participar). Uma visita na casa de "descapacitados" chamada "Granja Esperanza" para arrumar a estufa (destruída pela tal chuva de granizo), uma palestra sobre compostagem (em que haviam 2 pessoas) no Pro-ayuda a la niñez, e uma visita por minha conta no Comedor Besitos, de Villa Elvira.
E aí começa a história neste bairro. Resolvi me matricular em uma disciplina do jornalismo - Cine e Tv Comunitária. Certa de que seria interessante, um curso interdiciplinar (um professor do cinema e outro da comunicaçao social), estava certa de que seria bom. Passados 4 meses quase, nao tive nenhum texto, nenhuma leitura recomendada, e passamos o semestre nos enganando de que vamos fazer um vídeo com uma comunidade.
Propus o tema de trabalhar com as hortas urbanas. Agregaram-se 5 meninas, e a horta do Comedor Besitos, que antes tinha muita gente, agora só contava com a participaçao de 4 pessoas.
Neste mesmo lugar, entretanto, surgiu uma Batucada (em portugues seria uma bateria) formada por garotos que hoje tem de 10 a 16 anos. E é com eles que trabalhamos agora. Todas as sextas saio do quadrado simétrico de diagonais, e visito Villa Elvira, a periferia onde o esgoto corre em valas a céu aberto.
Hoje me deparei com uma cotidiana cena das periferias e nao periferias por aí: a queima do lixo. O organico (ao menos dessa família) é separado para a composteira, e depois para a criaçao de minhocas (iniciativa do projeto de voluntariado). Mas todo o resto, as garrafas PET, as latas, as roupas e colchao velhos, pneus, e tudo aquilo que nao parece mais merecer lugar dentro de casa, vira fumaça negra uma vez por semana.
O hábito de queimar lixo é muito antigo. Em Barao, é comum ver montes de folhas secas indo para o ar. Quem primeiro me atentou para isso foi um professor de Fisiologia Animal lá do IB, o Edson Delattre, que mantém o site Queimadas Urbanas no ar.
A temática do lixo sempre bate as nossas portas. Eu nas minhas divagaçoes, acho que teria que se proibir a fabricaçao de sacolas plasticas e copos descartáveis. Chegará o dia em que será crime produzir descartáveis, e que as empresas terao que se responsabilizar por todo o resíduo que geram depois do consumo.
Este blog é um depositário das minhas andanças e olhares pelo mundo. Com um punhado de informações para viajantes desavisados, e algumas opiniões pessoais sobre o mundo. Também algumas das minhas experiências em tentar ser uma pessoa mais frugal. Boa viagem!
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É, Natalie, não sei se fico mais emputecida quando vejo o lixo subindo ao céu, no fogo, ou quando o vejo caindo do céu, em forma de fuligem, cinzas, chuva ácida.
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