sábado, 10 de janeiro de 2015

Os rituais e o tempo

Em maio do ano passado, um amigo me convidou para a sua cerimônia de renovação de votos, 37 anos após seu casamento.

37 soa como um tempo estranho na nossa cultura brasileira, onde preferimos festejar os anos terminados em 0: as bodas de prata aos 30 anos de casado, ou as bodas de ouro, aos 50.

A data de 37 anos foi escolhida pois representa dois ciclos de nodos lunares. Um bodo lunar dura em média 18 anos. Essa diferentes marcas de tempo, conectadas aos ciclos astrais, são extremamente ricas. Esse meu amigo, olha para o céu e encontra qualquer constelação. Sabe até a que horas a próxima vai sair. Enfim, há diferentes maneiras de se contar o tempo.



A antroposofia também faz uma relação entre os ciclos lunares e a biografia humana.

Além do tempo não usual, a festa se organizou de outra maneira. Todos os convidados levaram comida e uma contribuição artística para oferecer ao casal durante a cerimônia.

A cerimônia foi algo bem simples. Organizada em um campo, em uma fazenda, nós convidados cantamos, com a ajuda de uma professora de coral, e em círculo, esperamos o casal chegar.
Eles passaram meia hora, vendados, caminhando separadamente, mas guiados por um amigo. Se encontraram na entrada do círculo.

Para os amigos da biodinâmica, o tal círculo é na verdade um Goetheanum verde, vivo. Plantaram as árvores de cada um dos 7 planetas, baseando-se no primeiro Goetheanum de Steiner. O plantio foi feito em 2013, 100 anos depois da fundação do primeiro em Dornach,  Suíça, que acabou incendiado.
Essas árvores serão os pilares dessa construção que está se iniciando agora! O projeto chama-se Green Goetheanum, e fica próximo a Frome, na Inglaterra. As fotos do plantio estão disponíveis no facebook.

Retornando ao ritual: depois do encontro, um todo simbólico, para purificar a história das coisas não tão boas que possam ter passado nesses 37 anos. E na seqüência, uma lavagem dos pés. Um lavou o pé do outro, em uma bacia com água e pétalas, num ato de carinho e cuidado.



Na seqüência, todos os convidados se colocaram em linha, e alinharam-se em ordem cronológica, representando a sequência em que cada um tinha conhecido o casal. Foi legal ver desde os amigos mais velhos e novos, filhos, netos, até mesmo àquelas pessoas que tinham acabado de chegar, convidadas por outra pessoa.

No final, uma sopa foi cozida na presença de todos, e os amigos embalaram o som para que todos pudessem dançar e cantar.

Enfim.
Celebremos o amor e a união da forma que seja.
Não é preciso muito dinheiro. Pra casar ou juntar, só é preciso o amor!

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