sexta-feira, 27 de março de 2009

Pulgas

Flor, a gata que veio morar comigo em 2007 voltou para debaixo do mesmo teto que eu.
Comendo ração de primeira (que faz os gatos vizinhos se desdobrarem noite afora tentando roubar a ração do saco e do pote), ela passa todos os dias descansando no jardim, deitada na cama de um dos meninos (hábito esse que causa certo estresse aqui na república muitas vezes), ou correndo atrás de insetos e lagartixas, que nunca sabe se ficarão vivos, serão mortos, ou apenas perseguidos.

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Há algumas semanas comecei a sentir picadas estranhas no corpo. Não eram de pernilongo. Não eram da fauna amazônica. Tarde a acreditar que fossem pulgas.
Fui de fato avisada pela Ana, argentina de Córdoba que está hospedada por aqui esses dias. Ela está no doutorado, estuda estratégias reprodutivas e de dispersão de uma espécie nativa e uma exótica introduzida na região de Córdoba. Um doce!

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Já avisada, fui atrás daquela que julgava culpada: Flor. Escondida no jardim, fugia, mas consegui pegá-la literalmente no pulo. 
Ponho-na no meu colo, e começo a busca pelos pêlos brancos, na região da nuca e pescoço!
Dezenas de artrópodos fugindo por entre os pêlos. Absolutamente impossível tirá-los com as mãos.

Busca por tratamentos baratos e ecológicos no Livro 1001 Soluções Naturais. A sugestão é terra de diatomácea. Diatomácea é uma alga, a parede celular dela contém sílica, e um inseto ao ingerir isso é como se tivesse comido caco de vidro. Mas não consegui comprar, ao menos não nas veterinárias e loja de ração. Preciso de uma casa de agricultura, porque isso também é recomendado para aplicação em hortas contra insetos.

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Tratamento mais eficaz: a âmpola mágica de Frontline. Frontline é uma marca veterinária de antipulgas da Merial. É importado da França, e é a marca queridinha dos donos de mascote no Brasil. Segundo todos, é porque realmente funciona.
O princípio ativo é o  FIPRONIL (10%). Não sei se outras marcas o usam, e pode ser que a grande sensação do Frontline seja a aderência ao pêlo do gato, eles prometem seu bicho protegido por até um mês.

Comprei o de cachorro até 10 Kg porque estava mais barato.
Perguntei: Qual a diferença entre o de gato e cachorro? Nenhuma, é só o volume.
O de gato é para ter 0,50 mL. O que comprei tem 0,67mL. E para cachorros maiores chega-se aos 4 mL. Se tiver mais de um animal, compre o que vem mais, e distribua entre eles.

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Uma outra técnica natural usada é a Erva de Santa Maria (Chenopodium sp.). Ela é mais pra afugentar que pra lidar com infestação, por isso parti para o plano B no manejo das pulgas.

A pulga coloca ovo, que vira larva, empupa, e volta a ser pulga. O Frontline que pus na Flor só mata as pulgas que já estiverem nela.
Como a casa é de taco, por mais que eu não veja, eu sei que debaixo e nas frestas deles estão lá as larvas se alimentando de restos celulares, poeira, ácaro e toda a micro-fauna que não conseguimos enxergar.
Elas virarão pupa, e depois pulga de novo. Por isso é necessário tratar também o ambiente.

Uma das possibilidades era ter comprado o Frontline Plus, que custa bem mais, mas tem uma outra substância, o Metropeno. Com os pêlos que caem no chão vai também o veneno. Mas optei por outro método.

Comprei um produto agrícola (sempre mais barato que qualquer similar para outro uso), chamado DecaPlus. Os princípios ativos são Deltrametrina 2,5%  Metropeno 0,2%. Devem ser dilúidos em água e borrifados com spray (R$6,00 na loja, de grátis na embalagem limpa-vidros do vizinho).
Ainda não apliquei, mas enho que fazer até acabar essa semana.

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E a pior parte: havia acabado de vermifugar a Flor.
O que eu descubro? Os vermes são transmitidos pelas pulgas, então tenho que vermifugar de novo outra vez!
Poxa la vida, é caro ter bicho!

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