Estou no meio de um grande processo pessoal: decidir sobre a carreira, profissão, onde colocar os meus "talentos" a serviço do mundo, afinal, foram anos de escolarização, de treinamento para servir à sociedade.
E no meio deste processo, me cai um documentário na mão, "Escolarizando o mundo", que discute o papel da escola na manutenção de sistemas de dominação e de perdas culturais e de autonomia de sociedades pelo mundo.
Longe de mim criticar o ensino, a educação, a escola. Sou profundamente grata a todos os mestres que passaram por minha vida, aos meus pais que colocaram muito do seu trabalho na minha formação: 16 anos de ensino privado, ainda que aos 17 anos minha mãe tenha criticado minha escolha de biologia, dizendo que se soubesse que não iria fazer medicina, não deveria ter investido tanto dinheiro na minha formação.
Tampouco não ressaltar a importância do ensino de línguas, que permitem que seres de todo o mundo possam se comunicar. Mas isso não deveria acontecer ao custo da perda de línguas nativas. Na região do Marrocos onde estive, as mulheres mais velhas, que não foram à escola, só falavam berbere. Árabe e francês, línguas oficiais do país, com as quais se assinam documentos e faz-se política, eram desconhecidas dessas jovens senhoras com quem só podia me comunicar com gestos e os olhos.
Há muito conhecimento enraizado e importante no modelo de ensino ocidental. Só não podemos achar que ele é único e soberano.
(assista ao trailer aqui)
O vídeo está disponível com legendas em português no youtube. (Clique aqui para assistir)
A página para os realizadores do documentário é a "Schooling the World",
Outra instituição que tem muita voz no filme é a "International Society for Ecology and Culture".
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